sábado, 8 de março de 2014

Teatro para papalvo!

Manifestação ao minuto! (  in Expresso online )

Grande parte dos jovens de hoje estão mais atentos aos novos modelos de iphone ou do BMW do que à sua situação social presente e futura.
O que se assistiu  nas escadarias da AR foi uma representação rasca da opera bufa onde, de ambos os lados, existiram actores bem ensaiados e preparados para o teatro de "guerra"!
Já em 1989 era então primeiro ministro o actual hospede de Belém o tal que tem pavor a manifestações mandou avançar canhões de agua da policia contra outros policias que se manifestavam na Praça do Comércio na celebre cena dos "secos e molhados"  para reivindicarem a constituição duma associação para a classe. 
Já lá vão quase 25 anos e a situação de hoje não é diferente da de ontem.
Gritam os manifestantes na escadaria:
- Ai ferimos um colega... parem... parem... parem...
E os empurrões acabaram!!!
Mas numa manifestação de "civis" pouco lhes importa em quem  arreiam e se magoaram alguém! Dois pesos duas medidas!
As vontades de reivindicar direitos ou protestar contra as injustiças infligidas sobre um povo indefeso e estupidamente pacifico - e eles sabem disso - vemos com revolta acções de aparente "força" completamente escamoteadas pelos que tem armas, que até podiam mexer nesta coisa como os militares de 25 de Abril, mas optam sempre pela representação de cravos e do "peace bro q'ele é colega"!!!
Independentemente das razões diversas que podem assistir a cada povo, tenho raiva que não sejamos como os Ucranianos, Venezuelanos, Franceses, Coreanos no que toca a sair à rua com as "armas" que têm para demonstrarem a revolta. Aí ninguém está ralado se do outro lado está o irmão, o amigo, o conhecido porque à falta de consenso lógico entra-se na luta. Na história antiga e contemporânea sempre foi assim nas revoltas, norte/sul, este/oeste, seja do soutien ou do Vietnam, da escravatura  ou da religiosa, da racista ou da social.
Mas o que vemos nos gabinetes do poder deste espacinho à beira mar plantado, são estes "senhores eleitos de poder infindável e legitimo" a gozarem as imagens em directo, gargalhando entre um copo de whisky velho e uns canapés de caviar, acompanhando a cena com palpites totobolísticos do numero de degraus subidos ou descidos enquanto passa  a representação do teatrinho por homens com os mesmos problemas mas cujo epílogo sabem que vai dar em nada vezes nada para, depois, declararem com ar vencedor que "imperou o bom senso". 
A minha mente estratega perversa ainda acreditou que dum lado só tinham  recrutado os possuidores de simpatia pelo laranja ou pelo azul. 
Mas assim que vi aquela representação dos empurrõezinhos de meninos a jogaram ao burro ou rugby, anulei a ideia que alguma coisa de importante se iria passar!
Apoteose final, visitaram-se nos camarins, por sinal a céu aberto para todos verem a "camaradagem", e trocarem abraços e beijinhos uns aos outros!!! Que lindo!!!
Não me incomoda o que pensam de mim ao defender uma reacção mais efectiva quando a paciência já se finou há muito como "eles" diziam!
A verdade é que hoje ninguém tem a coragem de mandar um estalo no gajo que está a ser um parvalhão porque, ai coitado, tem o direito a ser parvo! 
Mas para levar nos ditos a mando do comando ditatorial da democracia, o cidadão terá de dar a outra face!
Continuemos para a próxima peça, cantando e rindo!!!