domingo, 7 de agosto de 2016

Nome do folclore!

Salazar é daquelas figuras que se odeiam ou se amam. 
Sem duvida alguma pertenço ao primeiro grupo, escusando-me repetir as razões que a história já revelou! 
Sempre atento deu-me uma pancada na tola a propósito de alguns movimentos surgidos sempre nas datas de aniversário pretendendo restituir o nome original à ponte sobre o rio Tejo. 
A propósito seria interessante fazermos algum exercício mental percorrendo a nossa história e lembrarmos que foi exactamente Salazar um dos principais opositores à sua construção nos longínquos anos 60 e vencido pelos seus ministros até quis que se chamasse " Ponte de Lisboa".
Como o culto da personalidade foi sempre uma provada falta de personalidade deste povo, em vez de decidirem sozinhos as opções e caminhos próprios, adoram piamente ter um "dono".
Daí na altura da construção da ponte terem sido os carneirinhos mais doentios do estado novo a decidirem prantar o nome do botas à dita cuja como homenagem duma coisa com que ele próprio não concordou! 
Ora com o PREC de 70 uns tantos ressabiados resolveram, na minha opinião muito mal, mudar o nome a uma coisa que nunca foi nem Salazar nem 25 de Abril. 
Em outras avenidas e ruas o folclore foi o mesmo. Estou-me a lembrar, por exemplo, da Avenida Salazar em Sesimbra hoje chamada Avenida da Liberdade! 
Se a teoria que presidiu à alteração do nome, que o ditador foi mauzão, então por favor mudem todas as ruas, praças e locais com o nome de Fernão Magalhães, D. Pedro I, D. João II, Marquês de Pombal, Zé do Telhado ( Diogo Alves ), etc que foram tão tenebrosos, alguns até mesmo verdadeiros facínoras como Salazar. 
Mas num país de carneiros há sempre os "Maria vão c'as outras" que alinham nestas procissões atrás do andor. 
Nunca me picou na pele qualquer desses nomes, quer queiramos ou não fazem parte da nossa inapagável história, recheada de mais coisas más que de boas, infelizmente.
Não gostando de tudo, ser-se patriota é aceitar a nossa história tal como ela foi: péssima e menos boa, porque boa nunca foi e pelo andar da carruagem não será melhor!
Esteja gravado naqueles pilares o que estiver, há-de morrer nos séculos como "Ponte sobre o Tejo", ponto final!