terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Terrorista xanél

Recentemente alguns descobriram um clube "muito fino", que se chama "direita" à qual aderiram de olhos fechados sem fazerem a mais pálida ideia do que é e qual o seu verdadeiro significado politico e social, espelhando uma lamentável "anti-esquerda" bastante primária, bem pior que o "anti-fascismo".
Aliás "anti" qualquer coisa já por si é um sentimento muito mau, quanto pior usado pela ignorância histórica e conhecimento do significado moral e político que pode acarretar!
Pensava eu que eram coisas do passado, mas os esquecidos pregões de "meninos comidos ao pequeno almoço", da colectivização das terras abandonadas, da reforma agrária, das ocupações revolucionárias, da desapropriação de bens dos ricos, do assalto às contas pelos bancos nacionalizados, voltaram às bocas dalguns líderes políticos de direita para amedrontar este pobre e inculto povo, neste caso, no único e triste intuito de lhes agarrarem mais uma partilha asneirenta no facebook!
Acrescentando esta verborreia à determinante influencia que os bancos e o poder económico ganharam nos últimos anos com as medidas para combater a dita crise, com os governos de direita impondo sacrifícios às pessoas da classe baixa e média das quais o único impacto visível foi diminuir o consumo e capitalizar o sistema bancário a mando dos tais "mercados".

A receita da nova sopa de entulho ficará pronta adicionando agora uns valentes quilos do argumentário do terrorismo, do racismo, da religião, das migrações, dos refugiados e o carapau mais velho!
Não precisamos de ser muito inteligentes, nem muito cultos para abrirmos um bocadinho as pestanas, apenas um milímetro, para nos apercebermos do crescente aparecimento de políticos "extremistas" nesta Europa mergulhada numa teoria de unificação a cair aos pedaços, onde cada vez mais o populismo (*) ganha espaço sobre a razão provocando a autentica expressão colectiva do Síndroma de Estocolmo (**).
Actualmente é transversal, por exemplo da direita neo-liberal, quererem regressar mentalmente para a idade senhorial e da escravidão da mão de obra mal paga, onde as minorias não interessam e as diferenças são absolutamente desrespeitadas esmifrando até ao ultimo tostão os que menos podem.
Para eles, indiano é monhé, negro é preto, maricas é paneleiro, lésbica é fufa, invisual é cego, deficiente é paralítico, cigano é ladrão, muçulmano é terroristas, esquerdista é comunista, e muitos outros epítetos e adjectivações que mais não são do que profundos atrasos mentais na aceitação da natural evolução das sociedades e das pessoas no contexto social ocidental onde um homem é igual independentemente das suas convicções e opções.
Estes novos militantes "direitistas" são a própria negação dessa evolução querendo retornos ao passado do poder económico pelo poder mas, atenção, conservando as mordomias do presente democrático do "compadrio e da compra" dos políticos e dos partidos!
Obviamente que o seu fanatismo "económico" em contraposição do "social" gera forças de contestação não se sabendo até onde poderão ir.
Disputa politica permanente?
Guerra civil?
Guerras religiosas?
Tumultos raciais?
Estes factos tornam-se mais agoniantes quando as atitudes extremistas são lideradas por uma casta de "jornaleiros" vendidos ao poder e aos partidos. A noticia passou a ser uma arma contra a qual é impossível lutar, para o mal de quem tiver o infortúnio de aparecer na primeira página, mesmo perante a maior mentira do mundo. Hoje calha a uns, amanhã pode ser um de nós, apanhado involuntariamente nas malhas destes esquemas diabólicos de (des)informação.
Há que alterar a ordem de valores no nosso país e na Europa com a eleição de pessoas honestas e dedicadas ao bem comum.
Quem não compreender este simples principio e continuar a beber do vinho rasca que os políticos dos principais partidos lhes vendem durante as campanhas eleitorais, o "terrorista xanél" bem falante e de ar seríssimo, mais cedo ou mais tarde sucumbirá com os seu apoiantes ao resultado das suas próprias escolhas!
( *) "Populismo: Doutrina ou prática política que procura obter o apoio popular através de medidas que, aparentemente, são favoráveis às massas" in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
(**) "Síndroma de Estocolmo: "Estado psicológico duma pessoa sujeita a intimidação durante longo tempo, passando a sentir simpatia e até mesmo amor pelo seu agressor" ( conclusão do estudo das vitimas do assalto em 1973 em Estocolmo)