domingo, 27 de dezembro de 2015

Dividir?

Não discuto a cor do céu, nem futebol, ainda menos política! 
As convicções não se confrontam na troca de epítetos porque, a serem defendidas com honestidade, só contam os factos! 
É importante em qualquer altura das nossas vidas, sabermos ponderar com isenção entre o bem e o mal feito. 
Dizem que a nossa democracia ainda não atingiu a maioridade, uma verdade com a qual, cada dia que passa, tendo a concordar cada vez mais. Mesmo assim, se há males que vêm por bem, fico grato ao (des)governo anterior pelo incremento que provocou na participação da discussão dos assuntos "políticos", no meu entender e infelizmente não da melhor forma. 
Digo que não foi da melhor forma porque ao contrario de formar as pessoas, arregimentou "politiqueiros" nascidos num ápice para a "democracia" com aquela péssima exteriorização do "clubismo" sporting/benfica num assunto que deveria merecer mais seriedade para o confronto de ideias, aliás, o único além da morte que é transversal para todos nós: 
A sobrevivência duma sociedade em que o uso da "liberdade" não seja o inicio duma ditadura "eleita"!
Penso que até os mais radicais perceberam o que têm sido os políticos eleitos, quão geriram mal e com incompetência o estado, não resolveram decentemente os problemas duma sociedade integrada na globalização e na Europa com a agravante da total falha da filosofia da UE cujo fundamento do seu projecto inicial foi alterado do plano politico comum para a asfixia económica de uns tantos. Se não tivesse sido essa incompetência certamente não chegaríamos ao actual estado! 
Neste ambiente de permanente agressão com troca de argumentos, ofensas, tenho conhecimento até que provocam quebras de amizade sem alguma vez a "razão" esteja totalmente dum só lado, criando-se na nossa sociedade de base ( as pessoas ) clivagens serias e de consequências imprevisíveis. 
À separação da sociedade em facções menos bem preparadas para uma discussão civilizadamente democrática e verdadeiramente construtiva só determinará enormes divisões que, certamente, interessarão apenas ao poder político tal como tem sido exercido até há pouco. 
"Divide et impera" ( dividir para reinar ) foi um conceito defendido por César seguido ao longo da história por outros ditadores e mais recentemente pelos liberais europeus. 
Thatcher foi uma das principais defensoras desta antiga filosofia. Lá do alto das suas diarreias filosóficas chegou a afimar que o "socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros" mas ao mesmo tempo defendia que Bin Laden era um "lutador pela liberdade" e Nelson Mandela um "terrorista"!!! 
Nas ultimas três/quatro décadas quase todos os políticos europeus, em alguma altura, usou de argumentos falsos e ideias desviadas da história para dividir a massa critica e opositores dentro daquela filosofia Cesariana! 
As convulsões sociais que se vêem nascer um pouco por toda a Europa é bem a imagem dessa nova pratica ideológica baseada no populismo, no sectarismo, na xenofobia, fomentando o ódio, a cegueira com grande mentalização das suas "facções" na intrínseca divisão das pessoas colocando-as umas contra as outras. 
Quem desta forma se deixa manobrar e não pensa pela própria cabeça, mais tarde ou mais cedo irá perceber que algo está errado! 
A história está carregada de exemplos. Quanto mais ignorante é um povo mais fácil implementar a teoria do confronto social e do terror. 
Como escrevi, não discuto política. 
Respeito as opiniões e as diferenças de todos pois, acima de tudo, recuso-me ser mais um a contribuir para essa nova vaga divisionária da sociedade em discussões pueris e sem sentido. 
Ao contrário dessas práticas, insurgi-me há décadas atrás, continuo a fazê-lo e jamais deixarei de o fazer mas sempre e somente contra os poderes que se vão criando nos partidos e nas suas orlas, com grande preocupação de fundamentar sempre com factos verdadeiramente concretos e não alimentando a dialéctica de disputa. 
Escrevo o que penso, com isenção, sem ordens dadas com varinha nas minhas costas! 
Não abdicarei jamais da minha escrita, não como resposta mas como um exercício de cidadania conscientemente formulado em cada altura que acho dever fazê-lo. 
Eu lutei e luto contra o poder, nunca contra o meu povo!