quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Teimoçudos!

Sou um gozão do caraças, todos sabem! 
Qualquer matéria, seja ou não seria, é motivo para fazer chacota. 
Este comportamento conscientemente positivo com a minha realidade das coisas não me imiscui da firme critica ao comportamento desviado dos políticos que têm passado pelos governos há quase 40 anos. 
Desde jovem tenho a ideia do que não quero para mim e para os meus, facto que a esmagadora maioria não tem, ou por incultura, ou porque não se quer chatear, ou porque entre o mau e o menos mau, tanto lhes faz! 
Sobre a forma de constituição social duma sociedade democrática moderna e equilibrada raramente tenho duvidas mas já me enganei múltiplas vezes! 
Upsss... Já ouvi uma expressão parecida, evidentemente bastante mais egocêntrica porque saiu da boca do pior e mais egocêntrico politico existente em Portugal! 
Ora as minhas diarreias saltam mesmo para a escrita num misto entre o serio e o sarcasmo, num caldo espesso mas profundamente reflectivo! 
Detesto pessoas que têm cabeça apenas para rapar o cabelo ou fazer nuances, consciente de que grande parte das vezes estou a falar para "teimoçudos"!!!
Os ideólogos sempre foram o mal menor da sociedade mas sem eles uma sociedade seria ainda mais parca em ideias! 
Daí, quando não gosto, sou incapaz de escudar-me no cinismo das teorias da treta! Quando gosto provavelmente fico calado porque o elogio faz mal ao intestino! 
Digamos que este escárnio poético de como vejo a vida, onde tudo analiso e avalio no concreto, faz-me saltar entre o galho da justiça ou engolir o subjectivo das "convicções" vendidas pelos outros. 
Se há coisa que mais odeio é a subjectividade da matéria politica das massas votantes e o mau exercício do poder nomeadamente quando fica enraizada nesta ditadura partidária. 
Ganham nos votos, nem que metade do povo não tenha ido às urnas para, logo de seguida, bufarem a "legitimação" da eleição e fazerem exactamente o contrário do que prometeram decidindo sem apelo nem agrado muito além do socialmente e economicamente razoável para o bem de todos os estratos sociais. 
Lá vou eu citar Marx: "O concreto é a unidade da diversidade”, interpretando-se epistemologicamente na dialéctica entre a realidade concretizada e o desejo dessa mesma realidade não ser concretizada
Para mim a política tem de ser um exercício honesto no concreto a favor do estado e dos cidadãos, sem demagogias ou aldrabices eleitorais. 
Se não for assim, dificilmente se consegue constituir uma sociedade produtiva, equilibrada e feliz. 
O profundo medo e este eterno defeito dos portugueses desejarem religiosamente um "salvador", faz com que saltitem, mesmo a contra-gosto, entre e apenas aquelas duas soluções, onerando todas as outras possíveis como perigosas alternativas. 
Perante os repetidos insucessos desta cíclica escolha bipolar, aumenta substancialmente a desmotivação democrática, a abstenção ou simplesmente escuda na critica pela critica. 
Por uma forte influencia dos opinativos televisivos adicionada à enorme iliteracia deste povo, a ideologia política nunca foi o forte dos portugueses.
Depois de levaram no meio das nádegas, roubarem-lhes a carteira, fecharem-lhes as empresas, obrigarem os jovens licenciados ( e outros ) a emigrarem, acho cretino que não considerem outras alternativas, aliás, como acontece um pouco por todo o mundo, até em países europeus nos quais os eleitores de esquerda votam na direita e vice-versa perante os resultados concretos da governação dos diversos partidos! A esta saudável prática chama-se exercício da democracia plena!
Aqui, pelo contrário, vive-se num país politico do faz de conta no qual os políticos se banham ao belo prazer num mar de promessas e mentiras onde ganha quem mais aldraba, perante a passividade e repetido erro desta gente amorfa.
Enganados, mal pagos, matéria produtiva para sustentar esta casta de oportunistas pululando na alternância do poder, "hoje comes tu, amanhã como eu" será que continuaremos eternamente entregues a esta massa votante num misto entre teimosos e cabeçudos?