"Desobedeço!
E tu?
em Maio 11, 2015
De-so-be-de-ço.
E tenho dito!
Não vou escrever (nem aprender agora) a escrever sob as “leis” do novo (des)acordo ortográfico.
É tal o meu desprezo por ele que até uso esse nome em letras minúsculas.
Claro que nenhum mal advém disso. Se vier, passarei então a identificar-me então como cidadão analfabeto.
Certamente que os “cidadões” analfabetos não se importarão.
Desobedeço, porque considero um atentado contra a nossa e minha língua-mãe.
Igualdade? Uniformatização? Ou será mesmo … submissão?
Consequentemente, falta de patriotismo.
Bem sei que nos tempos que correm e pelo que lemos, sabemos e ouvimos por este cantinho à beira-mar plantado, é algo que parece estar em moda na classe política (e não só, mas mais evidente no extractos altos).
O que sei é que o trambolhão dos homens públicos está na razão directa do modo como foram amados!
Desobedeço, também pela simples razão que não concordo e julgo que a Constituição Portuguesa nada refere sobre esta atitude de recusar escrever sob o jugo do novo (des)acordo ortográfico.
Desobedeço e pouco me preocupa que me apelidem de “não saber escrever”, “antiquado”, “analfabeto” – palavra que, talvez, depois do 13 de Maio será, quiçá, um elogio… – ou, caso se invente uma nova palavra, classe ou partido, “desacordista” ou “desacordado”.
Confesso que esta última não me saiu bem.
Faz-me lembrar outra badalada utilizadora do "pretoguês" ou interpretarem-na como querendo dizer o contrário de .., estar acordado.
A língua portuguesa (ainda) tem disto.
Assim, quer queiram, quer não, vou continuar a usar o Acordo Ortográfico de 1945!
E tu?
Também informo que, enquanto director do Opção Turismo, este jornal diário online de Turismo, não respeitará este (des)acordo ortográfico.
A não ser que venha uma ordem oficial do Governo e aí, então, pensarei no passo seguinte.
Para os mais distraídos, relembro a razão do porquê destas linhas e o porquê da minha desobediência.
Na quarta-feira, dia 13, cumprem-se os seis anos do período de transição para a aplicação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, tendo em conta a data de 13 de Maio de 2009, que marca a entrada em vigor em Portugal.
O Acordo Ortográfico é uma convenção internacional, que em Portugal foi aprovada por resolução da Assembleia da República em 2008.
A nova grafia é usada desde 01 de Janeiro de 2012 nos documentos do Estado, em todos os serviços, organismos e entidades na tutela do Governo, bem como no Diário da República, embora ainda surjam, com alguma frequência, palavras escritas com a antiga ortografia."
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