sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Vigilância na moda!

Em 1984 George Orwell escreveu "O Irmão mais velho" ( Big Brother ) no qual retratava uma sociedade totalmente vigiada cuja descrição física do personagem era o claro retrato de Josef Stalin o secretário geral do partido comunista da URSS. 
O controle do movimento, comportamento, repressão e prisão arbitrária nas sociedades antigas totalitárias e ditatoriais, fossem de esquerda ou direita, efectuado por policias, na maior parte das vezes verdadeiros facínoras, dando até lugar a vinganças pessoais ou encomendadas, esta péssima vigilância era praticada à pala da "segurança do estado", uma necessidade politica do poder no controle da liberdade, na minha convicção, completamente injustificada. 
O controlar movimentos e ideias do seu povo é um acto politico ignóbil e que jamais deveria ter existido.
Em Portugal e pela mão de Salazar teve o seu inicio em 1933 com a PVDE - Policia de Vigilância e Defesa do Estado - que em 1945 deu origem à PIDE - Policia Internacional e Defesa do Estado - extinta com a revolução de 1974. 
Estranhamente o conceito de "voyeurismo", alguns sentem mesmo uma necessidade doentia de a praticar, acabaria por dar origem na Holanda em 1999 a um programa televisivo tipo "Reality Show" exactamente titulado de "Big Brother" com imagens registadas durante as 24 horas do dia, dos comportamentos mais ou menos aberrantes dum lote de pessoas fechadas numa casa ou quinta, para depois serem passados em programas de grande audiência principalmente as sua partes mais quentes e até íntimas.
Afinal hoje esta prática de controle foi generalizada e displicentemente aceite, efectuada a mando da mesma "segurança" mas agora efectuadas por máquinas, camaras, computadores e outros meios altamente sofisticados de registo de imagem, como se tudo isso fosse uma coisa perfeitamente normal!
Para mim não é mais que um global Big Brother que serve todos os interesses!
No entanto essa "segurança", aparentemente funcional para o controle do "mal", paralelamente tem servido para denegrir, achincalhar, inventar, simular, deturpar, enfim, passar nas tv e jornais imagens "escolhidas" sem qualquer pudor ou respeito pela privacidade de determinados alvos mas com pessoas simples apanhadas no meio da confusão. 
Mas atenção. Os "Big Brother" não são só as câmaras de vigilância para vigiar mas também os milhões de smartphones na mão de toda a gente, e com intuitos claramente obscenos, fotografando e  filmando, para depois publicarem nas redes sociais, televisões e jornais! 
A vingança, a bufaria, o encornanço, são hoje registadas e partilhadas como práticas perfeitamente normais fazendo de Salazar e Stalin perfeitos meninos de coro.
Mas tenham atenção que conforme vigiam, não se livram de também estarem a ser vigiados.
Viva o Big Brother!!!