terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Charlie os tomates!

Não somos todos "Charlie" ( João Quadros in Jornal de Negócios )
Gravura: Rafael Bodalo Pinheiro ( 1846 - 1905 )

Quem me conhece, por sinal a maior parte estão agora no meu facebook ( os outros conhecidos ou que não interessam corri com eles... ) sabem que nunca fui nem serei politicamente correcto. 
Daí ter criado há uns anos este blogue que vou alimentando consoante me dá na mona, nem sempre reflectindo todos os assuntos que mexem comigo mas só alguns! 
Não tenho a pretensão de ser diferente, muito menos conquistar um lugar de leitura obrigatória mas a verdade é que defino aqui os sentimentos e convicções com algum sentido para mim, não tendo que acompanhar o de outros. 
Sempre aceitei quem pense diferente, respeito, mas estar sempre a acompanhar o rebanho, não faz o meu estilo. 
Se concordo, defino o meu apoio, caso contrário e com a maior naturalidade do mundo passo à critica. 
O mundo do futebol e da politica têm níveis de compreensão muitas vezes difíceis de entender para os meus pouco neurónios sem contudo deixar de distinguir a diferente importância de um e de outro para a minha vida e do colectivo.
Claro que como Português estou contente pelo Ronaldo ter erguido a sua terceira bola de ouro tanto como os nossos motards no Dakar, como a nossa Elisabete no Africa Race, como o Felix da Costa em Buenos Aires, do Lamy e do Barbosa em Daytona, Frederico e Machado em Casablanca, Sousa na Nova Zelandia, e tantos outros que representam Portugal tais como Jéssica Augusto, Dulce Félix, Sara Moreira, Filomena Costa, Pedro Isidro, Susana Feitor, Vera Santos, Inês Henriques, Ana Cabecinha, etc, etc, etc. 
Todavia não me sinto nada bem ver dois dos políticos mais patetas da nossa praça, num acto de perfeito cinismo, deslocarem-se até Paris para dizerem que são "Charlie" quando afinal encarnam na Europa as medidas mais terroristas que há memória nos últimos 40 anos. 
Aqueles 200 metros que separavam esta gente do resto do povo não os podia definir melhor e da necessidade que há em revolucionar esta via da "democracia" falida de valores morais e sociais.
Já na monarquia era assim, na republica mantém-se porque sempre fomos um povo amorfo, com medo da afrontar a "autoridade" mesmo que esta seja exercida por imposição ou à força pesando a coragem de quem enfrenta o poder, nem que seja com um lápis.

"É melhor morrer de pé do que viver de joelhos.
 Emilíano Zapata ( 1878 - 1919 )