segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Anti-comunas, já!


Perante o primeiro entendimento à esquerda desde o 25 de Abril de 1974, a direita não pára de lançar os habituais papões do "comunismo" e, evidentemente, baseando-se em passados que já foram e não voltam mais.
Todos sabem disso mas apressam-se a partilhar artigos sobre anti-comunismo, teorias aberrantes sobre o socialismo, a maioria num primitivismo assustador como se cortina de ferro e a União Soviética ainda existissem.
Não actualizaram as mentes parametrizadas em conceitos passados, esquecendo que o mundo todos os dias dá uma volta e a evolução das ideias e das práticas políticas foram e são incontornáveis nas sociedades actuais.
Nem o comunismo do século XXI é mais tão doutrinário como antigamente, nem os partidos comunistas de hoje estão fora do contexto das sociedades modernas!
Não abdicam das suas convicções pela defesa dos direitos de quem vive pior, uma das características que mais admiro na sua conduta colectiva, qualidades que hoje fazem tanto sentido como há 40 anos atrás! 
Lutam, defendem e representam muito bem os mais desfavorecidos, essa grande massa de trabalhadores que a direita apenas precisa para produzir riqueza baseada em salários baixos e na reivindicação permanente para a desregulamentação das leis laborais e assim fazerem o que bem entenderem.
Por isso não me espanta esta capa do "Jornal i" com referencia à "perestroika" pois foi exactamente este movimento de reformas levadas a efeito a partir de 1985 na então URSS pelas mãos de Mikhail Gorbachev que pacificaram o mundo, deitando abaixo muros e ideologias extremistas na Europa nomeadamente empurrando o comunismo para uma actualização e integração perfeitas no sistema da democracia parlamentar.
Ao invés a experiência do capitalismo liberal pelos partidos sociais democratas e populares só veio despoletar uma tremenda crise financeira ao nível mundial, neste momento provadamente falida no conceito e na pratica.